Já era tempo de se fazer presente
sua companhia. Curioso como demorara a (re)aparecer. Talvez, eu já não seja
como nos tempos de outrora. Ou mesmo tenha me tornado um ser repugnante digno
de pena. De misericórdia.
O fato é que chegara e se aconchegara.
Não com a mesma velocidade com que (res)surge, instala-se. Nutre-se. E me
enfraquece. No entanto, o é necessário, afinal traz a emoção e o sentimento de
que se está vivo. Todavia, mostra-se covarde, pois sua presença se faz sentida
pela dor. E que dor.
Aproveita-se das debilidades
humanas para o atormento, de tal modo que é capaz de enlouquecer. Configura-se
como uma entidade onipresente, que desorienta os planos e reorienta os pensamentos.
Não, necessariamente, nessa mesma ordem.
Errante, vagueia aos entornos e
se fortalece às custas de outrem. Indiscriminadamente, realiza sua trajetória,
sendo a mesma concomitante a dos meros e fracos mortais. De maneira frívola,
muda de companhia, mas apenas após obter o máximo, deixando o outro praticamente
sem forças. Quase sempre é tarde.
ILuan dos SantosI
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