terça-feira, 21 de abril de 2009

Pequena, porém intensa


Sabia de seu destino. Sempre soube. Infelizmente.

Nem as estações do ano, nem o seu evoluir eram capazes de enganá-lo. Por vezes, acreditava que, talvez, pudesse haver algo, ou alguém, apto a fazê-lo. Não havia. Não haveria.

Do conhecimento de tal proeza, não sabia, tampouco compreendia, a razão pela qual existia. De nada parecia agregar seus longos e arrastados momentos de vida. Cada segundo era capaz de ocultar horas, dias, meses... anos. Anos marcados por interfaces de passageiros flashes de felicidade e prosperidade e duradouras memórias de tristeza e solidão.

Estes eram [e são] seus companheiros fiéis. Por mais que parecessem ceder ao cansaço daquela longa e fatigante empreitada nos períodos de flashes, regressavam fortes. As consequências eram terríveis.

Já não havia quase mais esperanças. Logo, quais seriam suas outras fontes de motivação? Felizmente, ele ainda vive. Permanece vivendo e convivendo com a enorme dor de viver. Aquela dor, que apenas ele sabia sentir e mensurar, era amenizada pela pequena, porém intensa esperança que ainda o restava. Pequena, porém intensa.

ILuan dos SantosI