segunda-feira, 17 de maio de 2010

O dilema do ditado popular


Quando o rapaz ouvia dizer “a gente só dá valor quando perde”, não dava qualquer importância. Pois que é exatamente isso.

Ele era frio como uma pedra na maioria das vezes. Dificilmente mostrava sentimento, mesmo que o tivesse e o sentisse; não era por puro orgulho, mas algo que não se podia definir. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”

Até que um dia esse rapaz tomou um barquinho de papel e atravessou um oceano. Tudo parecia fácil à luz de seus pensamentos. Aprender-se-ia absolutamente todas as necessidades rapidamente e, coitado, ele se acharia plena e integralmente independente de terceiros. Mal sabia que “o pior cego é aquele que não quer ver”.

“A verdade tarda, mas não falha”, diriam alguns sábios. O joão, pobrezinho, percebeu que estar só era uma das coisas mais tristes que havia. Estar a morar do outro lado do oceano era interessante e muito desejado por todos, mas uma ilusão. Ele vivia. E morria.

“Antes tarde do que nunca”, ele disse “Eu te amo”. E repetia para amigos, irmãos, pais e afins. Sentia-se bem, então fazia questão de dizer e dizer.

Mas tentava não se deixar abater e viajava em seu frágil braquinho a conhecer os sítios do outro lado daquele longo oceano. Sorria nas fotos. Registrava os (bons) momentos. Eh, meu povo, “as aparências enganam”.

Foi o ponteiro do relógio dar meia volta que ele logo se deu conta que era só mais um joão entre muitos outros e muitas marias. Mas iriam fazer o quê? “Só não há remédio para a morte”.

Mas sempre há “uma luz no fim do túnel”. O pobre barco era viciado, deu meia volta e voltaria para o outro lado do oceano. Até aquele pedacinho de papel devidamente dobrado criara vínculos com o lado de lá.

Após toda a experiência deste joãozinho, só vale dizer que “tudo vale à pena quando a alma não é pequena”, afinal ele cresceu e aprendeu a lidar com muitas situações. Conheceu muito de muitas coisas, principalmente de si mesmo.

IThauan dos SantosI

13 comentários:

carol disse...

amei seu blog, você escreve bem parabéns!
estou te seguindo, me segue também?

Ideal Inefável disse...

Adorei o texto. Autoreflexivo.

Se eu o tivesse escrito, você diria: "Deixe de ser dramático...", mas tudo bem.

Saudades. E não vejo a hora de pegar o meu barquinho e atravessar o oceano; pode ser que eu sinta tudo o que você vem sentindo; pode ser que seja apenas um grande apredendizado.

Vamos aguardar...

Luan dos Santos

Unknown disse...

E eu seria uma das marias. Acho que é contagioso.

Ainda consideraria dois sayings favoritos: "live your life to the fullest" e "navegar é preciso".

xx

Thauan Santos disse...

pois, Cassia, mas tu estás a viver o mesmo, então sabes que não é tão fácil quanto parece.

NikThiago disse...

Muito bonito o texto, parabéns!!

Que este barco viaje o mundo, e cresça com ele.

Forte abraço, tudo de bom para ti!

Thauan Santos disse...

"Gostei mt do teu último post no blog, só ainda não me acostumei com o seu português de Portugal ... (o texto) como sempre, bem bolado, bem escrito, um ditado por parágrafo, inteligente e emocional", Cassia


tkx, my dear. love you and miss you so much. i wish i still had many (good) times with you as we used to have in rio.

O amor e etc. disse...

Own, eu adorei o texto! Quanta sabedoria nesses ditados populares. Vc é um ótimo escritor! Beijos em você.

Autor disse...

Confesso que entrei no seu barquinho e viajei em sua história. Imaginei tanta coisa, me coloquei em tantas situações.
E sim, imagino o quão difícil deva ser sair da sua zona de conforto e explorar locais que antes eram apenas sonhos.

Gostei que caiu sem querer no meu blog e, realmente, obrigado pelos elogios.
Volte sempre por lá!

Um abraço,
Autor

Ronaldo disse...

outro dia conversava com um amigo somente em ditos populares, foi algo engraçado e nos lembramos de coisas do arco da velha, ehehehehe

seguindo seu blog

Sakuya Jono Katô disse...

po cara gostei de seu blog mesmo sem precisar ler, to meio correndo, queria seguir mas não achei a opção.
deixa um recada no me chatbox para que eu possa voltar.

Inez disse...

Adorei seu texto.
Ele precisou da experiência para aprender tem muita gente que mesmo com experiências não aprende.

Juliana Simões disse...

Intenso como você!
Sem mais...

Gilberto Correa disse...

O visual casou muito bem com as fotos sombrias e melhor ainda com o texto bacana.
sucesso. Te espero no meu blog, por que de agora em diante estarei aqui