quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Epistemologia, metafísica e... emoção

"Mente vazia oficina do diabo". É o tipo de ditado que se ouve e se acredita, sem se pensar duas vezes, afinal já se tornou sabedoria cristalizada e socialmente aceita. Daquele gênero de frases de efeito que se replica sem se compreender; alguém já testou e aprovou. Foi/é suficiente.

Voltamos, neste ponto, ao eterno conflito entre a ciência e o empirismo. É bem mais seguro e prudente uma prova real para constatar e defender uma teoria, mas, para mim, basta (eu) ser resultado de uma experiência para que qualquer tese seja defendida. E com louvor... É nessa linha epistemológica que sigo, sem grandes maquinarias laboratoriais nem avançadas tecnologias de ponta.

Talvez, eu deva ser crucificado pela ciência, porém razão e emoção nada mais são que paradoxos da vida: cada qual demanda seu próprio tratamento. Um estatístico e computacional... O outro psicológico e psiquiátrico. Pergunto-me se nessa mesma ordem, mas acho que a resposta, já a tenho. E não é a que se espera.

Por que não, logo, modelar nossos sentimentos? Muitos já tentaram – e ainda tentam – desenvolver equações com n-incógnitas, visando descrever o que ninguém explica. Nessa hora eu me pergunto onde se encontram os modelos econométricos, as inferências bayesianas, os algoritmos genéticos, a programação não-linear avançada, mesmo as heurísticas mais triviais... Quem sabe não seja uma elucubração (ou mesmo um súbito devaneio) seguir por essa trajetória, mas qual é a finalidade da ciência afinal?

Demócrito defende que “a função da ciência é descrever a natureza da forma como ela é, e não da maneira que gostaríamos que ela fosse”, portanto não se põe dúvida sobre o teor objetivo do que se é científico. Entretanto, já questionava Galileu: “mas por que ponho eu em dúvida algo de que tenho necessariamente prova sensível?”. E o que é a sensibilidade que não a tradução do que se tem por subjetivo? Como em uma árvore de decisão, volta-se à situação de partida ou à casa inicial, como queira... afinal, toda essa discussão não passa de um grande jogo, cujo tabuleiro é dinâmico e as peças complexas.

ILuan dos SantosI

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